Elas saíram do Brasil para Pequim como “ilustres desconhecidas” do grande público, até porque a Vela não é um esporte popular. Fernanda Oliveira, de 27 anos, natural de Porto Alegre, já estava em sua segunda Olimpíada. Tinha sido 17º lugar em Atenas 2004. Isabel Swan, 24 anos, nascida em Niterói, se mudou para o Rio Grande do Sul para treinar com a companheira, era uma estreante em Olimpíadas.
Apesar do quarto lugar no Campeonato Mundial de Vela realizado em 2006 na própria China, a dupla brasileira da Classe 470 não era das mais cotadas para subir no pódio, mas elas tiveram um brilhante desempenho na baía de Tindall.
O grande momento veio justamente na última regata - chamada de regata da medalha - onde só os dez melhores barcos participam. Elas largaram bem, ultrapassaram a dupla de Israel e rumaram firme rumo à medalha. As australianas Elise Rechichi e Tessa Parkinson entraram na raia já com o ouro no peito, enquanto a dupla holandesa Marcelien De Koning e Lobke Berkhout tinham a prata como quase certa.
Para Fernanda e Isabel era preciso chegar oito posições à frente das holandesas para roubar a prata do peito delas. As brasileiras fizeram sua parte, chegaram em primeiro. A dupla “laranja”, no entanto, chegou em quinto lugar e deixaram mesmo o bronze para nós. Ótimo. Fizemos festa mesmo assim.
Foi a primeira vez que a Vela feminina brasileira conquistou medalha em uma Olimpíada. No total, são 15 barcos “verde e amarelo” premiados desde os Jogos do México 1968 - o que deixa o país em 10º lugar no ranking do Iatismo, com 6 ouros, 2 pratas e 7 bronzes.
Cobertura Integrada EBC - China 2008
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